Actualmente, a nível mundial, cerca de 149 milhões de crianças com menos de cinco anos têm um crescimento deficitário por causa da falta de alimentos. Esta é uma forma, politicamente correcta mas miserável, de dizer que passam fome. O continente que mais sofre é o africano e Angola não deixa os seus créditos por barrigas (vazias) alheias. Milhões delas morrem, apesar de este ser um vírus que tem vacina conhecida e 100% eficaz. Chama-se “comida”.
A fome no mundo está a aumentar há três anos consecutivos, tendo afectado mais de 800 milhões de pessoas em 2019. Assim, uma em cada nove pessoas no mundo não tem o suficiente para comer. Após várias décadas em queda, o flagelo da fome começou novamente a ganhar dimensão a partir de 2015, referem as agências signatárias do relatório, apontando que a desnutrição (fome, em português claro) continua a persistir em vários continentes: Ásia (513,9 milhões de pessoas, mais de 12% da população afectada), África (256,1 milhões de pessoas, cerca de 20% da população afectada) e América Latina e Caraíbas (42,5 milhões de pessoas, menos de 7% da população afectada).
A perspectiva de ter um mundo sem pessoas desnutridas (com fome, entenda-se) até 2030, um dos 17 Objectivos de Desenvolvimento Sustentável inscritos na Agenda 2030 da ONU, apresenta-se como “um enorme desafio”, cada vez mais distante.
“Para preservar a segurança alimentar e nutricional, é essencial aplicar políticas económicas e sociais que consigam compensar a todo o custo os efeitos de ciclos económicos adversos, evitando a redução de serviços essenciais como os cuidados de saúde e a educação”, frisa a ONU.
Em Angola, por exemplo, as nossas crianças continuam a honrar o ADN do partido que governa o país desde 1975, o MPLA. Ou seja, continuam a ser geradas com fome, a nascer com fome e a morrer pouco depois com… fome.
Apelando a uma “transformação estrutural” que seja verdadeiramente inclusiva ao nível dos mais pobres, as agências da ONU defendem que todas as preocupações relacionadas com a segurança alimentar e a nutrição sejam integradas “nos esforços para a redução da pobreza” no mundo, ao lado de outros assuntos igualmente prioritários como a desigualdade de género ou a exclusão de grupos sociais.
Actualmente, a nível mundial, cerca de 149 milhões de crianças com menos de cinco anos têm um crescimento deficitário. E um em cada sete bebés no mundo, cerca de 20,5 milhões, nasce com baixo peso.
Um recente relatório da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO) indicava que, em Angola, 23,9% da população passa fome. Isso mesmo. Passa fome.
Em Angola, segundo a FAO, “23,9% da população passa fome”, o que equivale a que “6,9 milhões de angolanos não tenham acesso mínimo a alimentos”. Isso mesmo, 6,9 milhões.
Embora tenha poucas respostas racionais para o que se passa, neste caso João Lourenço é bastante assertivo. Ou seja, 7 milhões de angolanos apenas passam fome às segundas, quartas e sextas. Às terças, quintas e sábados apenas nada têm para comer e aproveitam o domingo para fazer a digestão…
Repetimos e repetiremos sempre. Em Angola, segundo a FAO, “23,9% da população passa fome”, o que equivale a que “6,9 milhões de angolanos não tenham acesso mínimo a alimentos”.
Recorde-se que, em 2017, João Lourenço prometeu “erradicar a fome em Angola”, aumentar em cinco anos a esperança de vida à nascença, elevando-a para 65 anos, reduzir a taxa de mortalidade infantil (uma das maiores do mundo segundo organizações internacionais que não leram o manifesto do regime) de 44 para 35 por cada mil nados-vivos e de crianças menores de cinco anos de 68 para 50 por cada mil nados-vivos.